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Vanessa Trajano conta os prazeres e dificuldades de ser escritora em Teresina




Escritora, artista plástica e professora. Vanessa Trajano escreve desde a adolescência e já com 17 anos tinha como seu objetivo de vida ser escritora. Começou com um blog chamado “Convite para ler Vanessa Trajano”, que ainda continua atualizando. O tempo passou, a menina de 17 anos cresceu e veio o reconhecimento na carreira de escritora.
Hoje, com 3 livros publicados e participações em antologias, Vanessa já é considerada referência na literatura piauiense atual. Com sua escrita envolvente e provocativa, seus textos  retratam de forma incrível a mulher, todos os tipos de mulheres, desde a dona de casa até “dona de bar”, Vanessa valoriza todas. É importante ressaltar que ela não se prende apenas a esse tipo de escrita, mas a mulher é sua característica mais forte.

Na adolescência Vanessa Trajano se dizia apenas uma apaixonada por leitura e acreditava que essa paixão a levaria um dia a começar escrever, pois acredita que quando a pessoa gosta de ler ela tende a começar escrever também. “Começar a escrever, foi concomitante a leitura, eu sempre gostei de ler, e eu acredito que isso é natural nas pessoas que gostam de ler. Em algum momento ela vai esboçar um pensamento”  diz.




O primeiro livro publicado 

“É um sonho realizado, você está se eternizando nas paginas de um livro”, comenta Vanessa ao falar da experiência de publicar “Mulheres Incomuns”, livro de contos que retrata o cotidiano de várias personalidades femininas. “Você vai embora mas a obra fica”, diz Vanessa finalizando seu pensamento. Em “mulheres incomuns”a autora já começa a mostrar sua tendência a escrever sobre a personalidade feminina que vai desde a mulher firme, guerreira e independente, até a mais sensível e romântica.

A escritora conta que sua primeira publicação só foi possível porque ela tinha capital para investir .“Eu tinha um dinheiro e resolvi investir, e se não tivesse dado certo eu não teria publicado outros livros, mas graças a Deus, o público recebeu bem e publiquei outros livros”, conta  Vanessa.


Feminismo

Como já foi dito, Vanessa Trajano se preocupa em retratar a mulher em todas as formas, e foi em 2014 que ela escreveu seu livro mais “bombástico”, como ela mesma define: “Poemas proibidos”, um livro de poemas eróticos. “Poemas proibidos retrata a liberdade feminina em relação à própria sexualidade. O título é irônico, no sentido que a proibição dita nele se refere ao fato de que a sociedade impõe sim interditos sexuais para as mulheres, mas elas podem perfeitamente se libertarem deles. Lançar um livro com essa temática, sendo mulher, é uma postura política”. É assim que Vanessa define seu livro.  
Ela levou o livro “Poemas Proibidos” para a Bienal do Livro e para a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Quando questionada sobre a repercussão do livro nas duas feiras ela diz que foi “o de sempre: os homens adoraram, algumas mulheres me detestaram”. Vanessa não se declara feminista, mas fala que o livro pode até ser. “Não sou ligada a nenhum movimento do feminismo, mas o estudo com afinco”, conclui.

Dificuldades

O último livro que Vanessa publicou foi o romance "Doralice", lançado em 2015. Em sua carreira Vanessa destaca algumas dificuldades de ser escritor em Teresina, pois ela mesma afirma já ter tido de vender seus livros em bares. “Não por necessidade, mas é porque eu tinha urgência de chegar ao maior numero de pessoas, e foi dessa forma que eu ganhei notoriedade”, diz Vanessa. Ela afirma que hoje não precisa mais fazer isso, mas ressalta que o escritor precisa ir atrás do comprador. “Se você não for atrás do comprador, você não vende o livro de jeito nenhum”, desabafa.

Ela ainda fala sobre o apoio, pois segundo ela, existe sim quem apoie, mas  não de forma financeira, e sim como ela mesma diz, “aquele tapinha nas costas”, Apesar  de ressaltar que o “tapinha nas costas não paga as contas do mês, a escritora se diz agradecida a esse tipo de apoio, pois é sempre convidada para os eventos e diz que esse tipo de reconhecimento é sim importante. “Dizer que não sou valorizada eu estaria sendo, mal agradecida,  mas se eu pudesse, eu só escrevia”, finaliza  

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